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sábado, 20 de fevereiro de 2016

entenda: menor aprendiz e estágiario ganham o mínimo, não o salário mínimo!

Olá!

O blog andou meio parado em 2015 mas em 2016 tende a se movimentar mais, deixamos de lado as postagens semanais para dar lugar quando um assunto relevante vier a tona, e desta vez trataremos do mercado de trabalho mais especificamente quando se é menor de idade. Eu que fiz minha carteira de trabalho logo após o mínimo permitido (14 anos) ao longo desses 2 anos e meio de experiência com entrevistas, vivência em empresas e uma experiência de menor aprendiz resolvi exemplificar e desmistificar algumas postagens que circulam na internet a respeito de salários exorbitantes para funções de menores.

Bem, para entendermos o conceito básico do mercado, devemos ter a noção de como são regulados os salários: os salários são determinados de acordo com as próprias empresas privadas, estas, determinam valores por conveniência e por diplomas, experiências e habilidades (recomendo leitura sobre meritocracia) e os padronizam formando esses salários de praça. Outro conceito que determina é a demanda sobre a oferta, isto é, a quantidade de pessoas que se submetem a oferta proposta. Aí vem a questão: "se todos aceitam tais salários para que aumenta-los?"Acabamos por assim, nos tornando reféns do mercado, reféns das nossas próprias necessidades financeiras pois em toda empresa você verá a mesma função com a mesma proposta salarial ou na margem pra mais ou pra menos, porém, nada significativo.

Deve-se entender também o custo benefício que trás um desses dois tipos de regimes trabalhistas para uma empresa ou instituição. Exemplo: um auxiliar administrativo em regime de CLT, trabalha 8 horas diárias e ganha na faixa salarial de dois mil reais. Ao invés de contratar e pagar esses dois mil, simplifica-se a contratação simplesmente usando do artifício que é a menoridade no trabalho, 2 aprendizes um pela manhã e um pela tarde ganhando juntos 800 reais (400 cada, média majoritária de "bolsa-auxílio" que no fim, não auxilia em muita coisa) e assim, fazem o mesmo serviço que um aux. administrativo faria porém com cargas horárias reduzidas e salários muito mais reduzidos também. Economia na certa, menos preocupação com falta de pessoal (o que mais tem é jovem em busca do primeiro emprego) e ainda garantia de molde (já que ele vem sem nenhuma experiência e você acaba assim o ensinando as coisas de uma maneira limpa e conveniente, já que ele não é refém dos próprios ''vícios de trabalho'' que pessoas com mais experiência normalmente possuem.

poderia o conceito de estágio ser como no filme homônimo, não acham?
Em um curso de vendas que fiz no SENAC-PR em 2015, um instrutor (muito bom instrutor aliás, o melhor) tentava nos (eu e a turma) persuadir a aceitar a situação propondo a tese de que, como não possuímos o que o mercado se "interessa" (experiência, qualificação e faixa etária) nós não ganhávamos pouco, e sim ganhávamos aquilo que merecíamos (vide novamente meritocracia). Isso até hoje permaneceu na minha cabeça e repetidas vezes tentei refutar essa tese, era um baita professor mas ainda sim detinha de uma visão digamos assim: conservadora.

Definir que uma situação justifica-se por simplesmente você ser o que você é, é realmente discriminatório ainda mais se tratando da juventude: os ditos futuros da nação. Acaba-se no conformismo de diversas situações cotidianas, da aceitação de determinadas situações pois "são para serem assim", não são! falta ainda uma representação estudantil e juvenil para todos nós e isso precisa ser resolvido imediatamente, é necessário informar que a única coisa que te faz "criança" (imaturo) são suas atitudes e não sua data de nascimento.

Conclui-se assim que nenhum aprendiz (salvo exceções) seria bem remunerado (não que o salário mínimo seja uma boa remuneração) já que há interesses muito maiores envolvidos e não a capacitação profissional e a valorização, isso é piada e só se convence quem quer ser convencido.

Há muito o que se valorizar, principalmente em questão do preconceito a cortes de cabelo, pintura, raça, forma de se vestir e muitas outras características que não prejudicam em nada o desempenho. E a regra é clara: nunca se conforme enquanto nada for justamente solucionado.

Até breve!

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

BNCC: A solução ou a dissolução?




Discutido a mais ou menos uma semana em Curitiba, a Base Nacional Curricular Comum que visa "melhorar" o ensino brasileiro, foi amplamente criticada por educadores em geral, de todas as matérias pela sua compactação e falta de conteúdos fundamentais para o desenvolvimento de um aluno sobre a matéria.
Mas, não quero dissertar em cima da reunião, da pauta diretamente, mas sim do motivo pelo qual está sendo debatido: a melhoria do ensino público! ora, um grande passo? Talvez sim, talvez não, mas já chegamos nessa parte. A ideia em si é mudar todo o ensino desde o primário ao ensino superior. Foi feito um edital no qual a sociedade (sim, por que afinal isso é de interesse da população inteira, até mesmo quem já não a frequenta mais a escola, super lógico!) nisso foi-se criado o Dialoga Brasil e lá você poderia colocar a sua proposta e deixar em votação, pois bem, foram classificadas para a etapa de análise 3 destas propostas um tanto quanto vagas (organizadas de acordo com suas classificações):


  1. ''Reorganização Curricular do Ensino Médio. Estudar a possibilidade de uma grade curricular atrelada aos novos tempos e a nova sociedade. Atentar para a produção científica e a interdisciplinaridade."
  2. "Introdução à Política, Direito e Economia Doméstica (ou a matéria Cidadania) deveriam ser matérias obrigatórias em toda a rede de educação, pois é conhecimento que estimula uma população consciente."
  3. "Garantir nas Escolas a inclusão de Assistentes Sociais e Psicólogos!"
Algumas pérolas como por exemplo escola em tempo integral (provavelmente proposto por alguém que acha que o problema da criminalidade é a falta de instrução escolar), investir em escolas onde o índice da Prova Brasil é maior (é!) e também tem propostas que realmente deveriam ter tido um espaço bacana como a proposta de ensino da Filosofia e Sociologia desde o fundamental (17º lugar) e personalização da grade curricular introduzindo matérias de seu interesse visando a ênfase na área da qual quer seguir no ensino superior (18º lugar).

Supondo que esses três tópicos pré-selecionados fossem realmente implantados qual seria o próximo passo? A estrutura... E era aí que eu queria chegar. Talvez o problema do ensino não seja sua estrutura? Talvez esse sistema pré-histórico da educação nunca tenha funcionado por que nunca houve estrutura pra lhe manter em pé? Com a era da informação digital o ensino básico, fundamental pra formação de um estudante, seria se bem harmonizado com o ambiente escolar, um caminho a se trilhar para o ensino perfeito, mas a estrutura de educação do Brasil torna tudo isso inviável; Pensarmos que mudar as matérias da grade curricular, atrelar elas a um novo aspecto, novos pontos de vistas e se apossar de dados atuais vai trazer uma melhora se devido a falta de estrutura, o sucateamento das escolas públicas esse tipo de mudança sirva apenas para se encher cadernos e gastar tinta de caneta? Se nem mesmo o ensino que nós sempre fomos forçados a engolir surtiu efeito justamente por que o ambiente escolar é um sinônimo de prisão, sinônimo de chatice, chegar em sua sala de aula e ver suas carteiras e cadeiras depredadas, o quadro negro sem condições de escrita, janelas sem cortinas, televisões de tubo que muitas vezes não funcionam e já nem existe mais suporte para elas, talvez seja o conteúdo que cause essa insatisfação? Talvez a falta de democracia em escolhas em que o foco seria os estudantes, a participação do aluno é nula pela ditadura dos "pais", que tudo necessita de uma autorização ou de um consentimento muitas vezes bobo, a infantilização dos jovens de 15 à 17 anos, o mercado de trabalho que ele encontra escasso em relação a oportunidade de trabalho, somos o futuro mas temos a chance de sermos o futuro?

Se desde o começo tivesse sido feito um consenso entre alunos/governo/escola, os rumos da educação hoje seriam diferentes pelo ponto de vista do estudante. Se houvesse uma participação majoritária e significativa, tudo poderia ser diferente e pesquisas como a que demonstra que a maioria dos estudantes do ensino médio, saem do ensino sem levar pra sua vida nem o básico do que se lecionou em 3 anos por que se veria o problema de dentro pra fora e isso poderia ter sido evitado a muito tempo. Se órgãos que nos dizem representar discutissem menos política e tentar ser uma base aliada do governo federal e lutasse por políticas públicas internas as escolas, se aliando a quem quer que seja, oposição/governo, trazendo melhoras imediatas ao ensino que é o que se precisa, se essa meritocracia julgando sistemas de avaliações completamente falhos para diferenciar os aptos dos inaptos fosse vista como incabível, veríamos um ensino que sairia do campo do conservadorismo e iriamos rumo ao progresso, como é o lema da nação, certo?

Recomendo a leitura