quinta-feira, 10 de março de 2016

mesmo que você queira ser de direita, você não pode

Com a nova onda de falso patriotismo, com manifestações pró-brasil (que diga-se assim, são anti partidárias e quem pensa no Brasil na realidade não vê um impeachment como um instrumento de evolução política principalmente quando não se faz necessária) várias pessoas vãos as ruas e em sua maioria, "inconformadas", clamam que seja feita a democracia com cartazes pedindo também a volta da ditadura (vai por mim que você tá no caminho certo amiguinho, pode confiar!) e nos reacende uma pergunta: qual ideologia essas pessoas carregam consigo?

Podemos chama-las de direita? neoliberais? imperialistas? materialistas? enfim, há diversas denominações se seguirmos o padrão do diagrama de Nolan (um péssimo modo de descobrir sua ideologia diga-se de passagem) na qual
podemos chegar (inclusive a de idiotas, mas veremos isso logo a frente) e também a ideia de que: realmente você pode ser o que você quer ser?

Vamos começar com um exemplo simples de uma pessoa/manifestante: ela vai a essa tal manifestação libertadora, ok! exercendo a cidadania e a democracia (mesmo que deixe de exercer em outros quesitos, entrando naquele contexto das "pequenas" corrupções) se analisarmos seu perfil mais intimamente veremos enfim que essa mora na periferia, uma região com IDH regular para ruim e sua renda per capita em sua casa não passa de 300,00 reais. Essa pessoa pode ser de direita?

tira até seu direito de novamente usar essa faixa, ok?
Olha... se identificar com a direita, com o liberalismo, com a meritocracia e por aí a fora, seria uma baita contradição se não, um suicídio social caso você preencha nem que seja uma dessas características. Como seguir a maré de um movimento que vai contra você? ser de direita ou ser de esquerda em sua casa ou no seu perfil do Facebook é uma coisa, você querer introduzir-se em manifestações, massas e instituições com ambas as ideologias é completamente diferente, já pensou na hipótese de você não ser aceito? seria como um negro querer participar da KKK ou um judeu no Holocausto, parou pra pensar na loucura que você está cometendo?!

Tente imaginar um cenário oportunista que vários políticos corruptos estão se beneficiando, fazer o papel da boa oposição para tentar conquistar o povo inconformado. E fora esses poucos (muitos) desinformados e analfabetos políticos (pra acreditar que o Bolsonaro é a salvação, me desculpe, você é um analfabeto político) que estão pensando que Bolsonaro presidente, com Cunha, Malafaia e toda a sua bancada amiga-evangélica ocupando ministérios e etc. aqui dentro vai ser a solução? vai ser apenas o tiro de misericórdia há tudo que socialmente tem se construído durante todos esses anos, todas as lutas para tirar esse país que você tanto ama da miséria absoluta, do caos e da desigualdade, será um tiro de misericórdia a democracia mesmo que aqui dentro ela seja fraca.

Também tem os pobres coitados dos burgueses, aqueles que estão sendo afetados pela crise, sabe? aqueles que tiveram que deixar de ir pra Disney pois o dólar tá em alta, esses também, disferem um discurso de ódio pelo governo não poder mais suprir os seus desejos mimados, devido a crise perderem o espaço e terem que pagar mais impostos, dentre esses, os em sua maioria também preconceituosos, amantes dos dogmas e dos velhos costumes que de bons, não tem nada. Racistas, misóginos e homofóbicos, estes que perdem totalmente a razão e fogem do bom senso ao se argumentar sobre tais tópicos, uma verborragia que te faz odiar o fato de existir a liberdade de expressão referendada a esse tipo de pessoa. Porém vamos com calma.

Há também de se entender os motivos pelo qual mesmo aqueles que seriam afetados negativamente por um novo governo e não um governo novo estão engajados para que tudo termine em renovação. Vendo seu poder de compra reduzir pela metade, seu emprego esvaindo-se e ficando endividado nessa confusão acaba-se por não saber "dar nome aos bois" ou culpar quem deve ser culpado (embora solução deva ser a procura e não somente a culpabilização). O comércio, as empresas nas quais você trabalha e os diversos mecanismo que utiliza-se para o dia-a-dia são quase que por completos privatizados, isto é, uma empresa privada detém seu controle e também seus lucros, então quem controla aquele determinado serviço ou o que quer que seja, é ela, são suas chefias (e um pouquinho do mercado, do capitalismo mesmo que indiretamente como sistema). Como é de conhecimento geral esse sistema não leva em conta seu bem estar e muito menos se isso vai te prejudicar ou não, a regra é lucro e lucro. Procure analisar bem certos contextos e perceba que o problema não está em quem você aponta devido a um senso comum.

Falando em senso comum... está é outra ferramenta que está trazendo muitos adeptos a esses pseudo manifestações sociais: você seguir uma falácia e a apelidando de opinião. Ouve-se, lê-se e fala-se falácias a vera quando se trata de política, calúnia e difamação acredito que nem precisaria ser dito; Pois bem, aí vemos que houve a alienação dessa massa, estão usando o bem para fazer o mal.

Concluímos assim então que: mesmo que você queira ser de direita, você não pode. Você não se encaixa nas mais básicas características e as manifestações de hoje não são o seu lugar, o seu lugar é lendo um livro do Marx ou do Engels (não caia na besteira de ler Hegel, a grafia está correta, não cometa a mesma gafe que seu judiciário dos sonhos, o judiciário parcial e conveniente).

ps: mesmo usando uma escrita direta, como uma comunicação ao leitor, entenda que é só pra quem a carapuça serve, ok?

Um abraço!

sábado, 20 de fevereiro de 2016

entenda: menor aprendiz e estágiario ganham o mínimo, não o salário mínimo!

Olá!

O blog andou meio parado em 2015 mas em 2016 tende a se movimentar mais, deixamos de lado as postagens semanais para dar lugar quando um assunto relevante vier a tona, e desta vez trataremos do mercado de trabalho mais especificamente quando se é menor de idade. Eu que fiz minha carteira de trabalho logo após o mínimo permitido (14 anos) ao longo desses 2 anos e meio de experiência com entrevistas, vivência em empresas e uma experiência de menor aprendiz resolvi exemplificar e desmistificar algumas postagens que circulam na internet a respeito de salários exorbitantes para funções de menores.

Bem, para entendermos o conceito básico do mercado, devemos ter a noção de como são regulados os salários: os salários são determinados de acordo com as próprias empresas privadas, estas, determinam valores por conveniência e por diplomas, experiências e habilidades (recomendo leitura sobre meritocracia) e os padronizam formando esses salários de praça. Outro conceito que determina é a demanda sobre a oferta, isto é, a quantidade de pessoas que se submetem a oferta proposta. Aí vem a questão: "se todos aceitam tais salários para que aumenta-los?"Acabamos por assim, nos tornando reféns do mercado, reféns das nossas próprias necessidades financeiras pois em toda empresa você verá a mesma função com a mesma proposta salarial ou na margem pra mais ou pra menos, porém, nada significativo.

Deve-se entender também o custo benefício que trás um desses dois tipos de regimes trabalhistas para uma empresa ou instituição. Exemplo: um auxiliar administrativo em regime de CLT, trabalha 8 horas diárias e ganha na faixa salarial de dois mil reais. Ao invés de contratar e pagar esses dois mil, simplifica-se a contratação simplesmente usando do artifício que é a menoridade no trabalho, 2 aprendizes um pela manhã e um pela tarde ganhando juntos 800 reais (400 cada, média majoritária de "bolsa-auxílio" que no fim, não auxilia em muita coisa) e assim, fazem o mesmo serviço que um aux. administrativo faria porém com cargas horárias reduzidas e salários muito mais reduzidos também. Economia na certa, menos preocupação com falta de pessoal (o que mais tem é jovem em busca do primeiro emprego) e ainda garantia de molde (já que ele vem sem nenhuma experiência e você acaba assim o ensinando as coisas de uma maneira limpa e conveniente, já que ele não é refém dos próprios ''vícios de trabalho'' que pessoas com mais experiência normalmente possuem.

poderia o conceito de estágio ser como no filme homônimo, não acham?
Em um curso de vendas que fiz no SENAC-PR em 2015, um instrutor (muito bom instrutor aliás, o melhor) tentava nos (eu e a turma) persuadir a aceitar a situação propondo a tese de que, como não possuímos o que o mercado se "interessa" (experiência, qualificação e faixa etária) nós não ganhávamos pouco, e sim ganhávamos aquilo que merecíamos (vide novamente meritocracia). Isso até hoje permaneceu na minha cabeça e repetidas vezes tentei refutar essa tese, era um baita professor mas ainda sim detinha de uma visão digamos assim: conservadora.

Definir que uma situação justifica-se por simplesmente você ser o que você é, é realmente discriminatório ainda mais se tratando da juventude: os ditos futuros da nação. Acaba-se no conformismo de diversas situações cotidianas, da aceitação de determinadas situações pois "são para serem assim", não são! falta ainda uma representação estudantil e juvenil para todos nós e isso precisa ser resolvido imediatamente, é necessário informar que a única coisa que te faz "criança" (imaturo) são suas atitudes e não sua data de nascimento.

Conclui-se assim que nenhum aprendiz (salvo exceções) seria bem remunerado (não que o salário mínimo seja uma boa remuneração) já que há interesses muito maiores envolvidos e não a capacitação profissional e a valorização, isso é piada e só se convence quem quer ser convencido.

Há muito o que se valorizar, principalmente em questão do preconceito a cortes de cabelo, pintura, raça, forma de se vestir e muitas outras características que não prejudicam em nada o desempenho. E a regra é clara: nunca se conforme enquanto nada for justamente solucionado.

Até breve!